quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

no canto do pássaro

Há alguma coisa no canto do pássaro que me entristece. Possivelmente seja porque ele ecoa muito longe e a distância me entristece. Possivelmente seja por sua melodia doce e seu ritmo - composto de altos e baixos, me lembrando a vida. Possivelmente seja porque eu lembre que eu não posso voar sem rumo, cantando. Possivelmente seja porque ele canta, e o canto acontece hoje. O canto me faz lembrar que o passado não foi suficientemente aproveitado, não foi suficientemente vivido. Foi oco sem o canto que entra pelos meus ouvidos e dança por mim agora. Há alguma coisa no canto do pássaro que sempre vai me entristecer.

domingo, 2 de janeiro de 2011

transformado em poesia

Eu gosto de pensar em todos os lugares pra aonde ainda iremos - tanto do mundo pra descobrir... Aliás, para descobrirmos juntos. Tantas luzes de mil lugares diferentes pra iluminar seus olhos e eu descobrir mais um novo tom nele. Mais um além dos vinte que eu já descobri. Mil jeitos diferentes de nos amarmos.
O jeito como você toca minha pele me arrepia só de pensar. O jeito como você me olha me comove porque eu vejo refletido em seus olhos exatamente o que eu sinto. Quando você me abraça eu sinto como se eu fosse uma heroína, muito mais que humana, e nada mais pudesse me acontecer - eu estou protegida por seus braços.
Os sonhos de que fizemos planos durante aquele verão, prontos pra serem realizados. Nossas mãos entrelaçadas numa união imensa e um amor que não cabe dentro de nós e tem que ser mostrado pro mundo e vivido e transformado em poesia.
Escutar seu coração enquanto deito minha cabeça sobre seu peito me faz sentir viva, tão viva quanto nunca pensei que se pudesse ser. Sentir seu toque, pele com pele, me faz não desejar mais nada. A vida é boa pra mim.
Quando nós dançamos aquela música que eu sempre sonhei para a minha vida e você, guardando minhas palavras em um frasco e protegendo-as como se fossem ouro, fez com que elas, em forma de notas musicais, beijassem o ar e nossos ouvidos enquanto a luz alaranjada entrava pela janela. E como naquela música que tocava sendo honrada por nossa dança tímida e apaixonante: se algum dia o mundo estiver frio, eu pensarei em você e sorrirei, como eu faço agora enquanto você fala e cada palavra sua leva meus medos embora; eu te amo, exatamente como você está esta noite. E ao dizer 'eu te amo', meu amor cresce e cresce e cresce. Ele nos engloba, nos abraça e nos beija. Ele nos faz vivos. Ele nos une de um jeito... Eu te amo.
Você foi o sonho da minha vida.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

oi


Olá você a quem eu chamo de desconhecido.
Espero que sua vida seja boa e cheia de amor. A minha não é. Ao escrever aqui, é isso que as letras buscam, é por isso que as linhas chamam. Pelo amor, por respostas e até mesmo por outras perguntas.
Escrevo sempre sobre o que sou. Essa é minha forma de lutar contra as minhas incertezas, de lutar contra mim mesma, de me superar. Essa é minha forma favorita de sobreviver. É o modo como posso renascer a cada dia. E eu preciso renascer para não sufocar.
Escrevo para mim. Mas, escrevo também para alguém. Talvez, eu escreva para você, você ai, que está lendo isso agora. Talvez seja você a me compreender. A tomar as minhas palavras como suas, e a achar que eu descrevi sua alma. Se eu fizer isso, por favor me avise, eu imploro. Porque eu escrevo para mim, para minha alma. Mas minha alma pode ser muito parecida com a sua, e isso seria um grande alívio.
Muito prazer!
De uma alma para outra. Com carinho,

Sofia :)