quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

oi


Olá você a quem eu chamo de desconhecido.
Espero que sua vida seja boa e cheia de amor. A minha não é. Ao escrever aqui, é isso que as letras buscam, é por isso que as linhas chamam. Pelo amor, por respostas e até mesmo por outras perguntas.
Escrevo sempre sobre o que sou. Essa é minha forma de lutar contra as minhas incertezas, de lutar contra mim mesma, de me superar. Essa é minha forma favorita de sobreviver. É o modo como posso renascer a cada dia. E eu preciso renascer para não sufocar.
Escrevo para mim. Mas, escrevo também para alguém. Talvez, eu escreva para você, você ai, que está lendo isso agora. Talvez seja você a me compreender. A tomar as minhas palavras como suas, e a achar que eu descrevi sua alma. Se eu fizer isso, por favor me avise, eu imploro. Porque eu escrevo para mim, para minha alma. Mas minha alma pode ser muito parecida com a sua, e isso seria um grande alívio.
Muito prazer!
De uma alma para outra. Com carinho,

Sofia :)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

humanos, eca

Buraco no peito, vazio gritante, sufoco.
Não tenho mais voz, nem cor colorindo a face, muito menos ar pra respirar. Não tenho nada. Só o nó na garganta, companheiro de tempos.
Não tenho mais a quem recorrer, a quem chamar o nome pra me salvar. Não há quem me socorra, quem me tire do escuro aterrorizante. Nunca houve, aliás, alguém a quem eu pudesse recorrer.
Sempre sozinha. Sempre a menina do amor não correspondido, dos sonhos em vão, dos olhos perdidos no horizonte. Sempre sozinha. Sempre pertencendo a uma época distante, a um mundo paralelo e irreal. Sempre esperando ser a mocinha dos romances - aqueles, que eu deveria saber que nunca saem dos livros.
Cansei, eu realmente cansei. Não quero mais nada. Quero viver uma semi-vida de salário mensal, vale-refeição e trânsito num carro de classe média após oito horas diárias de trabalho no escritório. Eu preferiria quebrar os relógios, pintar quadros, fazer piquiniques, andar de bicicleta, como nos livros. Como nos filmes. Mas, isso tudo sozinha não tem graça e, sim, somos sozinhos, essa raça humana, miserável. Quero ser um pássaro!




quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Frio

Eu me nego a ser fraca e covarde assim como eu me nego a deixar de amar. Venho enfrentando meus medos, por mais babacas e pequenos que possam ser para as outras pessoas. Eles são meus, só eu posso mudá-los. Só eu posso fazer deles passado. Só eu posso saber o efeito que causam em mim e como se refletem na minha vida. Enfrento um a cada dia. E assim, meus dias se tornam melhores, mais leves e mais livres.
Tenho muitos medos (não tenho nada de corajosa e destemida) um dos maiores é não ser amada na mesma intensidade com que eu amo. Porque eu amo demais e, às vezes, fico exausta com o tamanho desse amor que pulsa aqui dentro.
Eu sempre estou exausta de procuras vãs. Já não consigo respirar. Já não caminho com a mesma leveza daquele dia ensolarado. Já não escrevo com a mesma poesia. As músicas já não mexem comigo como antes, já não fazem sentido como quando nós tínhamos a nossa própria canção. Eu já não sou feliz. É porque eu não lhe tenho, e enquanto eu o estiver esperando, a cicatriz vai ficar semi-aberta, sempre latejando seu nome.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Caro Futuro,

Ainda não chegou o dia de nos conhecermos, eu sei, mas atenda a este pedido - pedido de uma desconhecida - como se fôssemos amigos de longa data.
Peço que ao vir ao meu encontro traga consigo a Felicidade. Peça a ela, que traga o Amor também, porque só assim ela conseguirá cumprir seu papel de me fazer feliz. Parece que o Passado e o Presente nunca entenderam esse meu pedido.
Não peço nada mais. Até breve.

Sofia


enquanto o olhava


É doloroso demais perder alguém que não se tem, que nunca se teve, mas que se gosta mesmo assim. Pode parecer loucura e tomara que alguém seja capaz de compreender, mas eu o amei só de olhar, eu amei toda a possibilidade de história pra nós dois. Eu o amei porque ele era diferente. Mas hoje ele está tão longe... Eu guardo aquele sorriso tímido que me deu, e só. Eu guardo aquele sonho em que podíamos acontecer e ser felizes, e só. Mas saiba que eu o amei pelo menos por um dia, enquanto o olhava. E infelizmente, foi só.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010