segunda-feira, 9 de agosto de 2010

eu posso até ser eu

O cheiro do seu cigarro ficou em mim como uma marca dizendo que eu fui sua. O seu cheiro ficou em mim assim como as lembranças do conhaque de Cazuza, do vinho, daquele céu, daquele mar e daquelas músicas que você cantava - nesse momento eu soube que você estava descobrindo o mundo assim como eu.
Talvez, nós estejamos amanhecendo mesmo e eu não teria melhor palavra pra descrever isso. É maravilhoso! Estamos amanhecendo e talvez o mundo nos pertença mais do que pertencemos a ele. Talvez o dia de hoje tenha sido infinito, porque foi leve. Tão leve. A vida pôde até ser doce. Azul.
Eu pude ser eu, você pôde ser você. E fomos nós. Fomos inteiros e leais com o mar a nossa frente, porque nada mais importa quando se chega no mar, não é?! Nós só queríamos respostas, e as respostas estavam no vento. Nós queríamos doçura e conseguimos no céu. Nós queríamos poesia, e conseguimos em nós.
Com você, eu pude até ser eu. Eu posso até ser eu. Inteira. Livre. Poeta.
Pergunto-me, será que somos tão iguais ou opostamente diferentes? Com certeza, você sempre foi mais livre do que eu e talvez eu só esteja aprendendo o que é a liberdade.
Sinceramente, isso pouco me importa agora. Por hoje, eu só quero poesia e amor.



"Existirmos a que será que se destina" - Caetano Veloso e nós
(esse texto é pra você, pra mim e para as gaivotas - já que queremos ser como elas)

Um comentário:

- Arabrab disse...

esse texto pode ser incrível por ser leve. tão leve.
*_* absurdamente lindo sofisofi. babeilitros, fato.